Maurício Shogun: “Dan Henderson tem uma pele de jacaré, aguenta porrada e não sangra nada”

quinta-feira, 24 de novembro de 2011
fonte: Revista TATAME

Maurício Shogun dá entrevista exclusiva à revista TATAME após luta contra Dan Henderson

Maurício Shogun imagem ilustrativa subsidiada do blog XTREME MMA

Maurício Shogun travou uma guerra de 25 minutos contra Dan Henderson, mas levou a pior na decisão dos jurados. Em sua primeira entrevista após a peleja, com exclusividade para a TATAME, o curitibano analisou os erros nos três primeiros assaltos, lamentou o excesso de sangue perdido e a “pele de jacaré” de Henderson, comentou o encontro com o norte-americano no hospital e, entre outros assuntos, porque pode ficar de fora do UFC Japão, em fevereiro.

O que achou da luta?

Infelizmente o resultado não foi o que a gente esperava, mas fazer o que, né? O importante é agradar aos promotores e fãs. Na hora eu fiquei muito grogue e estava perdendo muito sangue, então não tinha noção de como estava a luta. Pelo que vi a luta em casa depois, foi uma luta boa. Dan Henderson mostrou que é um cara muito duro, merece todo respeito.

Aquela mão direita dele te surpreendeu?

Surpreendeu, sim. Eu achei que ia chegar antes dele, mas ele chegou primeiro. Senti a mão e cai já na perna dele.

Como você pontuaria essa luta?

Na minha opinião, eu daria empate. Eu acho que venci os últimos rounds, o quinto por uma vantagem grande, que seria 10-8. Eu passei o round todo montado, uma posição de muito domínio no MMA.

O que faltou no quarto e quinto rounds para finalizar ou nocautear?

É difícil falar, eu estava muito grogue, vendo estrelinhas há muito tempo. Eu perdi muito sangue na minha luta, então não estava 100%, mas dei o meu máximo. O Dan Henderson tem uma pele de jacaré, aguenta porrada e não sangra nada. Eu dei o meu melhor, mas infelizmente não consegui o resultado.

Espera uma revanche?

Eu acho que ele luta pelo cinturão agora, e eu vou descansar. Vou ficar umas duas semanas em off e depois penso no que vou fazer. Agora, estou pensando em curtir minha filhinha um pouquinho.

Depois da luta, você acabou encontrando com o Henderson no hospital. Como foi?

A gente se encontrou no vestiário, no hospital... O Dan Henderson é um cara muito respeitoso, sempre foi legal comigo desde a coletiva, quando trocamos uma ideia. Ele é muito gente boa, o admiro muito como lutador e como pessoa.

Sua preparação para essa luta foi muito sigilosa, fizeram sempre questão de esconder o que estava sendo feito. Acha que chegou 100% nessa luta?

Na verdade, minha preparação não foi sigilosa, um treinamento escondido. Se vocês forem analisar, a maioria dos atletas faz isso. É difícil um atleta mostrar informação do treinamento. São poucos que ficam colocando vídeos no YouTube do seu treino. Não é questão de dar informação para o adversário, é questão de se sentir bem. Eu não me sinto bem treinando com um repórter filmando meu treino, os fãs olhando. Gosto de treinar com a liberdade de perguntar o que eu quiser ao meu técnico. As pessoas interpretam errado. Não é um treinamento escondido, é a forma que eu me sinto bem. É uma coisa minha. E quanto a estar 100% na luta ou não, todo lutador sempre pode estar melhor. O MMA é um esporte muito amplo, você sempre pode melhorar em alguma coisa.

Muitos fãs querem você no card do UFC Japão, no final de fevereiro. Acha que tem chances de lutar lá?

Eu acho difícil lutar no card do Japão, até porque eu machuquei minha clavícula dois meses antes da luta. Então estou muito machucado e cansado. Vou ficar duas semanas em off e não quero pensar em luta nesse tempo. Mas é uma coisa que eu não descarto, vou pensar com calma.

O Wanderlei Silva voltou a vencer por nocaute no UFC. Como foi a vibração pela vitória do seu amigo?

Fiquei muito feliz. A gente estava na rampa, próximo da entrada, e foi bem legal. O Wanderlei é um cara que eu cresci vendo ser campeão e eu admiro muito. Fiquei muito feliz de vê-lo vencer desse jeito.

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