Brasil vê virada sobre a França no handebol como histórica: 'Outra só daqui 100 anos'
quarta-feira, 07 de dezembro de 2011
fonte: UOL Espore
No primeiro tempo da partida contra a França, nesta terça-feira, pelo Campeonato Mundial, a seleção feminina de handebol teve uma atuação ruim. O resultado parcial (17 a 10) fez com que as jogadoras saíssem cabisbaixas de quadra e a torcida, que compareceu em bom número ao ginásio do Ibirapuera, ficasse calada. Depois do intervalo, o que se viu, no entanto, foi outra equipe em quadra. Agressiva, marcando forte e concluindo com alta porcentagem de acerto. Um segundo tempo perfeito, na análise das jogadoras, que possibilitou uma virada histórica e a vitória por 26 a 22.
Para o técnico Morten Soubak, os 30 minutos finais da partida foram os melhores da seleção brasileira sob o seu comando (ele dirige o time desde 2009). Afinal, o adversário era ninguém menos do que as francesas, atuais vice-campeãs mundiais e uma das favoritas ao título em São Paulo. E o placar, na ida para os vestiários, era bastante adverso. Morten revelou que nem mesmo o grupo do Brasil esperava que acontecesse uma inversão no placar.
"Essa virada não era uma coisa que eu esperava, nem as jogadoras. Para um jogo contra a França, tirar sete gols é muita coisa. Nós estávamos derrotados no intervalo, nada funcionava. Tínhamos que fazer alguma coisa e tentar buscar. Foi tática e coração. Os dois deram certo. Comigo, esses foram os melhores 30 minutos do time, sem dúvidas. Tudo funcionou, o time foi muito bem. O que aconteceu hoje (terça-feira) vai demorar mais uns 100 anos para acontecer. Um time como a França faz 17 gols em um tempo e cinco no outro? É raro demais", afirmou o dinamarquês, aliviado com o triunfo.
O triunfo foi o terceiro do Brasil no Mundial, e a equipe ocupa a liderança do grupo C, com seis pontos conquistados e já garantido na próxima fase. Agora, a seleção depende apenas de si própria para terminar a fase de classificação em primeiro lugar e, nas oitavas de final, ter um cruzamento teoricamente mais fácil contra o quarto colocado do grupo D, que está sendo disputado em São Bernardo do Campo. Se a primeira fase acabasse hoje, a rival das oitavas seria a Costa do Marfim.
A meia-esquerda Duda, um dos destaques do time na competição até o momento, acredita que a vitória contra as atuais vice-campeãs mundiais possa dar ainda mais moral para o time seguir na briga para melhorar a melhor campanha do país até hoje em um Mundial (sétimo lugar, em 2005).
"Temos que ter o pé no chão, mas é claro que um jogo como esse dá mais confiança para seguir. A gente não ganhou nada ainda, essa é a verdade. Mas demos um passo largo para terminar em primeiro do grupo. Agora temos que manter esse aproveitamento, principalmente essa defesa que tivemos no segundo tempo", disse a brasileira.
Para garantir o primeiro lugar, o Brasil ainda terá mais dois jogos pela frente. Nesta quinta-feira, às 19h45, enfrenta a Romênia, que, assim como a França, é apontada como favorita à medalha no torneio. Na sexta, o time encerra a primeira fase contra a Tunísia, no mesmo horário.
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